27 de ago. de 2011

Gato-maracajá


Ordem: Carnívora
Família: Felidae
Nome popular: Gato-maracajá
Nome em inglês: Margay
Nome científico: Leopardus wiedii
Distribuição geográfica: América Central e América do Sul
Habitat: Florestas
Hábitos alimentares: Carnívoro
Reprodução: Gestação de 81 a 84 dias
Período de vida: Aproximadamente 13 anos

Pertence a Classe Mammalia, ordem Carnivora, família Felidae, sub-família Felinae, espécie Leopardus wiedii. É um gato selvagem da fauna brasileira, considerado de pequeno porte, com medidas que variam de 42 a 62 cm de cabeça e corpo, de 30 a 48 cm de altura, peso variando de dois a cinco kg e cauda medindo de 33 a 51 cm. Sua coloração também varia do amarelo ao marrom, ou castanho, tendo as rosetas largas, completas e espaçadas. Seus olhos grandes e a cauda longa são diferenças fundamentais para sua identificação. Atualmente ocorre desde as planícies costeiras do México ao norte do Uruguai e Argentina e em todo território brasileiro, menos caatinga e Rio Grande do Sul. Algumas referências mais antigas relatam sua presença também na florestas subtropicais no sul dos Estados Unidos. A fêmea entra em cio por volta de 6 a 10 meses, têm ciclo estral de 32 a 36 dias, com 4 a 10 dias de estro. Geralmente nasce apenas um filhote, raramente ocorrem gêmeos. O período de gestação é de aproximadamente 83 dias, tem hábito solitário e noturno, adaptando-se muito bem à vida arbórea. Alimenta-se de pequenos mamíferos, aves, répteis e alguns insetos. É classificado como vulnerável na lista de animais ameaçados. Em cativeiro pode viver 21 anos.
Fonte: Fundação Parque Zoológico de São Paulo

Jabuticaba-branca



Nome da fruta: Jabuticaba-branca

Nome científico: Myrciaria aureana

Família botânica: Myrtaceae

Origem: Brasil – Mata Atlântica

Características da planta: Árvore geralmente com 3 metros de altura, tronco com casca amarelada, ramos cilíndricos e terminais com pilosidade cinza-amarelada. Folhas lanceoladas, cartáceas, brilhantes, lisas na face superior e esparsamente pilosas na inferior. Flores de coloração alva, cálice esverdeado, aglomeradas nos caules e ramos.

Fruto: Tipo drupa, globosos, casca de coloração amarelo-esverdeada ou branco esverdeada, esparsamente pilosa, quando maduro. Polpa aquosa, ácida e adocicada que envolve as sementes levemente amareladas.

Frutificação: Verão

Propagação: Semente

A jabuticaba-branca não é branca, é verde; tão verde que sua árvore chega a ser conhecida como “aquela cujos frutos nunca amadurecem”. Amadurecem, sim, e tanto que já estão quase no final da vida, à beira da extinção. Não fosse o esforço de um grupo restrito de pessoas que decidiram dar nova chance à espécie, distribuindo centenas de mudas da planta para aqueles que se dispuseram a servir de guardiões dessa delícia quase esquecida.
Durante mais de dez anos, Silvestre Silva procurou exemplares dessa rara jabuticabeira para fotografar seus frutos. Encontradas com muito esforço nas proximidades da cidade de Guararema, no interior de São Paulo, junto com Flávio Carvalho Ferraz, Silvestre coletou boa quantidade da safra de três antigos pés da fruta ali existentes. Cuidadosamente preparadas por Dona Aparecida Ferraz, no sombreado pomar de sua residência no sul de Minas Gerais, as sementes se transformaram em disputadíssimas mudas, logo após a história ter sido divulgada no jornal Folha de S. Paulo, na metade da década de 1990.

Agora, para provar a fruta, é preciso esperar que as plantas espalhadas por diversos locais – desde cidades vizinhas à metrópole paulistana, a bairros centrais da cidade, até condomínios próximos a Belo Horizonte (MG), fazendas na Serra da Mantiqueira ou em quintais do litoral norte paulista – cresçam e reiniciem seu ciclo reprodutivo.

Por enquanto, quase só se pode falar da jabuticaba-branca como uma lembrança doce e remota do passado. Ainda no início do século 20, embora sempre em discreta quantidade, a jabuticaba-branca estava difundida por todo o Estado do Rio de Janeiro e em parte de São Paulo e de Minas Gerais, nos domínios da Mata Atlântica.

Costumava também habitar pomares e quintais caseiros, amedrontando meninos que, segundo relatos, a julgavam venenosa por seu aspecto exótico: ao contrário das demais frutas de pomar mais conhecidas, a misteriosa casca verde-clara levemente ondulada da jabuticaba-branca nunca mudava de cor.

Frutos sempre verdes

Assim como as jabuticabas e os cambucás, seus parentes da família das Mirtáceas, esses frutos encontram-se grudados aos trocos e galhos da pequena árvore, de belas folhas compridas e bem desenhadas. Juntas, aglomeradas como se estivessem se protegendo contra a devastação, as jabuticabas-brancas parecem ter mais força para lutar contra o esquecimento.

Mas aqueles que se atreviam a provar as jabuticabas-brancas davam-se com uma grata surpresa: a consistência mesma da polpa suculenta da jabuticaba, mas de um sabor mais suave e perfumado como de poucas frutas. Outros, entretanto, encontravam razões distintas para consumir a pequena fruta: nos tempos passados, era um santo remédio contra a asma e a diarréia, sendo também utilizada no tratamento auxiliar das afecções que acometiam os doentes em tempos de tuberculose. Segundo o escritor Hernâni Donato, para os cantores e românticos, a jabuticaba-branca era um conforto e um afago para a garganta, propícia companhia em noite de serenata.

Tudo isso muito antes de a planta ter sido batizada no Instituto de Botânica de São Paulo, em 1962, com o curioso nome de Myrciaria aureana. Mas, entre o branco e o áureo, a fruta permanece sempre verde, na eterna esperança de prosseguir existindo.

Fonte: Livro Frutas Brasil Frutas